segunda-feira, 18 de maio de 2009

Método Clínico

Aplicamos a prova do método clínico com um aluno do 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos. Foi de grande valia porque não tinha o conhecimento de tal prova e da eficácia da mesma. Ficou visível que a prova diagnostica o estágio em que a criança se encontra. Fiquei empolgada com a prova e predendo realizá-la com o aluno que estou fazendo o estudo de caso.

2- Dados de Identificação:
Nome: L. G. S
Idade da criança: 7 anos
Série: 1ª série
Data da prova: 11/05/09
Duração: 25 minutos
Observadoras: Fárida Dias da Silva e Sandra Aparecida da Silveira Costa
Prova: A conversação da massa (quantidades contínuas)

2. Descrição do contexto da aplicação da prova (onde foi realizada a aplicação, condições do local, etc).
A prova realizou-se numa sala de aula da escola E.M.E. F Antonio Ramos da Rocha, foi utilizado um ambiente tranqüilo, onde o aluno ficou à vontade sentando-se num tapete no centro na sala, juntamente com ele ficaram apenas as duas professoras observadoras.



3. Relato da aplicação da prova (dialogado):
Antes da prova criamos um ambiente descontraído, fazendo com que o mesmo se sentisse acolhido e disposto a realizar a prova.
Iniciamos a prova mostrando-lhe as duas bolinhas de massinha de modelar de cores diferentes e lhe perguntamos:
As duas bolinhas possuem a mesma quantidade?
Ele respondeu:
-Não, porque uma era um pouquinho mais gordinha que a outra.
Tornamos a questioná-lo quanto a quantidade.
Ele pegou as duas massinhas nas mãos e continuou afirmando que não tinha a mesma quantidade.
Após perguntamos ao aluno, se transformarmos uma das bolinhas em uma salsicha, terá mais ou será a mesma quantidade?
Ele respondeu:
-Não.
Transformamos então, uma das bolinhas em uma salsicha, o mesmo observou e nos perguntamos:
Tem a mesma quantidade nas duas?
Ele respondeu:
-Não, e argumentou que era mais magra que a outra.
Novamente perguntamos a ele:
E se transformarmos novamente a salsicha em uma bolinha terá a mesma quantidade que a outra bolinha?
Ele respondeu:
-Não, porque uma é um pouquinho mais gordinho que a outra.
Como o aluno não aceitava que as duas bolinhas tinham a mesma quantidade de massa, precisou espichar as duas bolinhas em formatos de salsicha, sendo que o mesmo colocou uma ao lado da outra e verificou que assim tinham a mesma quantidade.

4. Análise:

4.1 - Quanto às condutas da criança - Impressões sobre as reações da criança frente à situação de prova (reações emocionais, reações de não-importismo, surgimento de crenças desencadeadas, espontâneas etc.)
Desde o inicio da prova o aluno mostrou-se firme em suas conclusões, demonstrando ser um aluno muito observador, pois no mínimo detalhe de uma das bolinhas aparentar um pouquinho mais redonda, foi o suficiente para que o mesmo afirmasse que as duas bolinhas não tinham a mesma quantidade.

- Análise das condutas cognitivas apresentadas pela criança, relacionando-as com a teoria de Piaget, no que diz respeito aos estádios de desenvolvimento.
Acreditamos que essa criança está no estágio de desenvolvimento, pré-operatório, onde possui algumas noções de tamanho. Relaciona formas com quantidades (para ele, a salsicha tinha maior quantidade de massa que a bola).
Observamos que se o objeto não tiver realmente o mesmo formato não consegue a assimilar relacionar a quantidade ao tamanho.

4.2 Quanto às intervenções do experimentador:
- Destacar e analisar as intervenções do experimentador indicando o tipo de intervenção (exploração, justificativa, contra-argumentação etc.) e justificar a sua utilização no contexto da aplicação da prova;
As experimentadoras tiveram que explorar muito o material utilizado para que o mesmo chegasse a conclusão (já no final da prova) que as duas bolinhas tinham a mesma quantidade. Foi preciso ele transformar as duas bolinhas em salsichas colocando uma ao lado da outra e concluir que se tratava da mesma quantidade de massa.





- Destacar as intervenções que possam ter levado a criança à crença sugerida (intervenções que sugerem uma determinada resposta, indução);
A intenverção utilizada para que o aluno se desse conta que se tratava da mesma quantidade de massa entre as duas bolinhas foi transformando as mesmas em forma de salsichas, no qual o aluno colocou-as paralelamente medindo-as minuciosamente para não ficar dúvida para si mesmo.



- Comentar a sua própria atuação (competência na utilização do método clínico) tendo como base a seguinte citação:
“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)
Para que a observação seja fiel ao desempenho do aluno, o mesmo precisa estar confiante e seguro nas suas conclusões, para que suas respostas possam demonstrar o real estágio em que o educando se encontra.
O observador por sua vez tem a função de ir orientando o aluno para que o mesmo consiga chegar as suas próprias conclusões informando maior número de dados para que o observador possa analisar o maior numero de dados, tornando assim a prova fiel.

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