domingo, 21 de novembro de 2010

Minha experiência com alunos com TDAH no ano 2010




Durante o 1º semestre, o aluno teve algumas dificuldades para realizar atividades que exigiam atenção, concentração e prontidão para certas atividades como a leitura, interpretação, produção de textos, resolução e interpretação de histórias matemáticas. Ele não consegue organizar seus materiais e tarefas, distraindo-se com facilidade e muitas vezes, perturba os colegas com brincadeiras, piadas e apelidos. Aparentemente, não consegue ficar sentado por um determinado tempo, movimentando pés e mãos com frequência. Responde perguntas antes de serem terminadas, atrapalhando as colocações do professor e conclusões dos colegas.
Após o retorno do recesso para o 2° semestre, suas dificuldades foram acentuadas, principalmente na convivência com a turma. Às vezes, toma atitudes impulsivas contra os colegas, machucando-os. Quando isto é retomado, através de conversas, parece que se dá conta do que fez. No atendimento, no Laboratório de Aprendizagem, individualmente não consegue realizar as atividades.
No início da leitura do livro Transtorno de Déficit de Atenção /Hiperatividade, dos autores ROHDE e BENCZIK (1999), percebi que já havia vivenciado as mesmas situações na história do personagem Pedro e o quanto esta leitura iria me ajudar a olhar de modo diferenciado este transtorno. Após esta leitura, foi possível mudar a postura em relação a este aluno, e a primeira atitude tomada foi de elogiá-lo logo no início da aula, encorajando-o a ter iniciativa e confiança em si mesmo. O resultado foi visível desde o primeiro momento. Diante disso penso que está faltando ao professor um suporte teórico para embasar a prática. Só através do estudo sobre este transtorno, foi possível a mudança na postura em relação a este aluno, o que está trazendo muitos avanços, tanto na parte afetiva quanto cognitiva.
Silva (2003, p. 63) descreve que fazer amigos ou manter amizades pode não ser uma tarefa muito fácil para essas crianças. Elas, às vezes, atropelam a brincadeira do colega querendo dominar a atividade e impor regras no grupo e, quando sentem que seus companheiros já estão cansados, são indelicadamente insistentes na continuidade da brincadeira caso não queiram parar.
Atualmente, chegou-se à conclusão de que a maneira mais eficiente de tratar o TDAH é adotando um procedimento multidisciplinar, isto é, coordenando um trabalho que envolva pais e profissionais das áreas médica, psicológica e pedagógica. Isso significa, em primeiro lugar, um conhecimento real quanto à natureza do TDAH, em desenvolver estratégias próprias na administração do comportamento em casa e na escola, em um programa pedagógico adequado, em terapia individual ou familiar, segundo o caso, e se necessário, em uso de medicamento.
Após a entrevista realizada com a mãe, afirmo que a comunicação entre a escola e a família torna-se indispensável, para que o professor e os pais possam trocar experiências. Saber o que está se passando durante o período em que a criança se encontra em sua casa, ajuda o professor a criar uma parceria com a família sugerindo estratégias para juntos alcançarem seus objetivos.
A inclusão está fazendo parte de um grande movimento pela melhoria do ensino, acredito que o primeiro passo para que isso aconteça é olhar a educação de um outro jeito. Posso afirmar que foi através das leituras e pesquisas realizadas que com certeza estou conseguindo obter resultados mais significativos tanto na parte afetiva quanto cognitivo, pois juntos estamos desenvolvendo estratégias próprias na administração do comportamento em casa e na escola, estamos aprendendo a como lidar com esse transtorno no nosso cotidiano.
É possível que ele seja criativo, multi-talentoso e que goste de agradar aqueles que o rodeiam, mas se já estiver habituado ao seu fracasso escolar, não conseguirá ser compreendido pelos outros, assim o que ele realmente precisa é de compreensão, amor, carinho e aceitação. Tornando-se assim indispensável o nosso papel de encorajá-lo e dar-lhe oportunidades, para que o mesmo consiga mostrar seu potencial para alcançar o sucesso escolar e social.
A partir dos estudos realizados sobre este transtorno, fica evidente que a avaliação deve implicar na coleta de análise, interpretação dos dados, enfim tudo aquilo que o aluno consegue nos transmitir. Olhar a avaliação com outros olhos implica em conceder um olhar diferenciado para a diversidade educacional. Quando o professor consegue acolher esse estudante e respeitá-lo em suas diferenças, sem cair na armadilha do sentimento, proporciona a ele um grande benefício. Mais do que isso, oferece também a toda a classe uma rica experiência de convivência com a diversidade.
Heterogeneidade e a diversidade, na educação não são um defeito e sim uma virtude, tornando-se assim uma riqueza para humanidade, pois é através dela que estamos aprendendo a conviver com as diferenças, aprendendo a lidar com elas, assim permitindo o acesso e a qualidade de educação para todos.

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