terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um Desafio de Inclusão para Professores: Alunos com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

O TDAH é um transtorno caracterizado pela presença de um desempenho inapropriado nos mecanismos que regulam a atenção, os impulsos e a atividade motora. Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não são todas iguais. Algumas exibem padrões diferentes de comportamento e desenvolvimento. Porém todas compartilham o problema da habilidade reduzida, de inibir seu comportamento e de manter esforços para sustentar a atenção. Com base nos estudos teóricos observou-se que o TDAH tem indícios de longa data. Sua etiologia ainda é bastante discutível, sendo que as últimas pesquisas científicas apontam a questão genética como comprovada.
Tendo em vista as repercussões do TDAH na construção da aprendizagem, nas habilidades motoras e na interação social torna-se necessário o tratamento multidisciplinar, envolvendo profissionais da saúde física e mental em parceria com a escola e a família. Crianças com TDAH são mais susceptíveis a apresentar distúrbios de aprendizagem, tendo em vista um desenvolvimento lento na capacidade de empregar e manter a atenção seletiva.
Ao ingressar na escola, os sintomas do TDAH tornam-se mais evidentes nas crianças, visto que a desatenção, a impulsividade, a excessiva atividade motora e a pouca habilidade social dificultam seu ajustamento no processo de ensino-aprendizagem. Geralmente, a criança portadora de TDAH terá um rendimento aquém do esperado, não por baixo potencial intelectual, mas por incapacidade de organizar-se, de concentrar-se, de concluir as tarefas. Consequentemente enfrentará atrasos na aquisição da linguagem, dificuldades na leitura e nas questões matemáticas.
É importante que o professor tenha pelo menos uma noção básica do TDAH, da manifestação dos sintomas e de suas consequências em sala de aula. Saber diferenciar incapacidade de teimosia é fundamental, assim como ser flexível a aberto a mudanças, ser criativo e motivador, entender e aceitar cada aluno com suas características e possibilidades únicas, buscando tornar a aprendizagem prazerosa.
Rohde e Benczik (1999, p.87) apontam que o professor tem papel fundamental no processo de aprendizagem e na saúde mental de seus alunos. Ao tomar conhecimento das dificuldades que ocorrem numa família com membros portadores de TDAH, é provável que os professores comecem a entender a atitude dos pais, da mesma forma que os pais podem sensibilizar-se com a situação dos professores se souberem das reais dificuldades que seus filhos encontram na escola.
É fundamental que a escola, junto à família, aprenda a lidar com esta criança, que responde muito melhor ao reforço positivo do que à punição. Cabe ao professor envolver esta criança, motivando-a para que ela mostre todo o seu potencial, pois as crianças que possuem este transtorno são inteligentes, criativas e intuitivas. Vale ressaltar que uma escola aberta à diversidade tem que dar respostas às necessidades concretas de todos os alunos, rompendo modelos rígidos e inflexíveis dirigidos ao aluno médio.
Muitas das dificuldades de aprendizado e má adaptação escolar do aluno com TDAH se intensificam não só em razão de um planejamento educacional rígido e inadequado quanto aos objetivos e metodologias, mas também pela falta de interação apropriada com o professor ou com o grupo.
Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória, matemática e habilidades motoras. Embora a criança com TDAH tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, seu estado é caracterizado por dificuldades de aprendizado e comportamento.
A presença de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular implica, obrigatoriamente, na modificação dos esquemas que produzem a desintegração desses alunos em determinado momento. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade gera enorme angústia para os pais e os portadores da doença.
O diagnóstico do TDAH só poderá acontecer em sessões com profissionais envolvidos no processo e também com a participação da família de educadores. Da mesma forma, no tratamento é fundamental que haja o envolvimento de uma equipe multidisciplinar assessorando não só a criança portadora deste transtorno, como sua família e escola. Um dos principais profissionais presentes nesse momento é o psicopedagogo que irá instrumentar o professor bem como o corpo diretivo e técnico da escola para que estes possam atuar diretamente sobre a dificuldade escolar apresentada pela criança, suprindo a defasagem, reforçando o conteúdo, possibilitando condições para que novas aprendizagens ocorram e evitando assim o recurso da repetência que, nesses casos, representa mais uma punição do que uma solução.
Além do acompanhamento cognitivo, o psicopedagogo será também um dos responsáveis por avaliar o prejuízo afetivo, cognitivo e social deste aluno, buscando resgatar sua auto-estima e integrar o mesmo ao grupo escolar ao qual está inserido, bem como em sua família e comunidade. Consideramos de grande relevância que as instituições educacionais juntamente com as famílias e profissionais qualificados, estejam interados e conscientes para que o diálogo se estabeleça, como primeiro passo para promover o entendimento para que, assim, possam cumprir adequadamente o elevado papel social que possuem.
Os professores tornam-se elos importantíssimos para as crianças com TDAH, pois é através das estratégias e do alto comprometimento com o ensino que o professor promove a auto-estima dos alunos, estimulando a confiança e satisfação perante suas conquistas.
Ser educador nos dias de hoje não é mais difícil nem mais fácil do que era há algum tempo atrás, é diferente. Diante da velocidade em que o mundo vem mudando, o nosso papel de educador vem se transformando. Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo, com consciência e sensibilidade. Por isso somos imprescindíveis, tornando-nos os parceiros mais importantes no movimento da construção de um novo modelo de Educação.

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